Fotos: Manoel Porto e Walmir Cirne
A categoria fez uma ampla
assembleia nesta terça-feira, 5 de junho, pela manhã, na área externa da
Secretaria de Educação (SEC) no Centro Administrativo da Bahia. A
decisão pela continuidade da greve foi unânime!
Os estudantes tiveram uma participação importante.
A ocupação na área externa da SEC permanece nesta terça-feira, com a realização de reuniões das zonais da capital.
A ocupação da Assembleia Legislativa também continua.
PRÓXIMA ASSEMBLEIA DA CATEGORIA SERÁ NA TERÇA-FEIRA, 12 DE JUNHO, ÀS 9 HORAS
Os professores demonstraram
irritação com a tentativa do governador de embaralhar a opinião pública,
jogando-os contra a sociedade e a imprensa.
Os professores não entraram em
greve por reajuste salarial como o governador quer fazer a sociedade
acreditar. A greve é pelo cumprimento do Piso Salarial Profissional
Nacional.
O índice de reajuste do Piso é
baseado no índice de reajuste do Fundeb. Os 22,22% representam o
aumento do Fundeb que o governo estadual recebeu em um ano. Isto é
repassado para o aumento do Piso. E o governador sabe disso, mas prefere
não explicar.
E a presidente da República,
Dilma Rousseff, assinou esse reajuste em fevereiro. Quatro meses antes o
governador Wagner, por meio de seus auxiliares firmou acordo com o
sindicato que aceitaria o novo reajuste, aliás, como manda a lei.
Não cumpriu o acordo, como todos sabem. E a greve foi iniciada em 11 de abril.
Os professores cobram seriedade e
honestidade do governador para negociar. Mas negociar de verdade,
convidando o sindicato e o comando de greve para conversar.
Após a decisão pela manutenção da greve na Bahia,
os professores da rede estadual de ensino planejam uma série de
atividades nos próximos dias com o objetivo de combater os sinais de
desgaste provocados pela continuidade do movimento, que chega ao 57º dia
nesta quarta-feira (6).
A agenda de mobilizações inclui
panfletaços, atos públicos e carreatas nos bairros. “Estamos fazendo um
trabalho de base nas comunidades para explicar nossas reivindicações e
ganhar a adesão de pais e alunos”, explica o professor Alexsandro de
Souza, que não conteve a alegria ao avistar mais de 80 alunos em um apitaço em frente à Secretaria Estadual de Educação, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), na manhã desta terça-feira, 5.
“Isso que o governador faz é
maquiagem. Ele estabeleceu uma nova modalidade de negociação – à
distância, pela televisão. É um absurdo ele ir para a TV, mas não sentar
com a gente para negociar. [...] A lei do piso é clara. Ele não pode
manipular”, argumentou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Muito
aplaudido, o presidente da Associação de Mães e Pais de Alunas e Alunos
do Colégio Estadual Rafael Serravale (Amap), Antônio Moura, manifestou
apoio à greve e teceu duras críticas ao governo e ao secretário estadual
de Educação, Osvaldo Barreto, a quem chamou de “vassalo” do governador
Jaques Wagner. “Se vocês retornassem às salas de aula por essas
migalhas, nós, pais, iríamos perguntar o porquê dessa greve”, afirmou o
também professor, que se orgulha de ter três filhos em escola pública. O
cronograma de atividades dos grevistas deve seguir até a próxima terça
(12), quando uma nova assembleia será realizada.
Terça, 05 de Junho de 2012 – 11:20
Greve dos professores é mantida por unanimidade
por Patrícia Conceição / Evilásio JúniorFoto: Tiago Melo / Bahia Notícias
A greve dos professores foi mantida
por unanimidade, após votação da assembleia-geral da categoria,
realizada na manhã desta terça-feira (5), em frente à sede da Secretaria
de Educação do Estado (SEC), no Centro Administrativo da Bahia (CAB),
em Salvador. Assim como na terça (29 de maio), o critério sobre a
manutenção do movimento foi o pedido para que quem seria favorável ao
retorno às aulas levantasse as mãos. Os cerca de 2 mil educadores
presentes ao evento ficaram imóveis.
Após a decisão, o presidente da
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui
Oliveira, se emocionou: “Àqueles que achavam que o movimento ia acabar
hoje é porque eu era candidato, aviso que o prazo já acabou e eu não
sou. Estou com a categoria”. A declaração foi aplaudida pelos
professores. Filiado ao PCdoB, o dirigente sindical era cotado como
postulante a vereador da capital baiana nas eleições deste ano.
Sobre a hipótese de que a APLB teria
“balançado” com a proposta do governo de fazer reajustes de 22% a 26% em
novembro deste ano e abril de 2013, Oliveira desconsiderou. “Isso é
coisa de quem quer destruir a unidade sindical. O próprio curso da nossa
luta mostra a nossa união”, salientou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Apesar disso, ele avaliou a proposta do governo como um “avanço”,
embora “insuficiente”. “Para quem dizia que não ia negociar enquanto a
greve não terminasse, é um avanço de posicionamento, mas não na
negociação. Essa proposta não atende às nossas reivindicações, mas
continuamos com diálogo aberto”, avisou. Os educadores continuarão
acampados na Assembleia Legislativa até, pelo menos, a próxima terça
(12), quando haverá, às 10h, um novo pleito sobre a continuidade da
paralisação. Antes disso, na segunda (11), às 18h30, o comando de greve
se reúne para avaliar o movimento. Até lá, está prevista uma série de
atividades, a começar por uma mobilização durante toda esta terça em
frente à SEC com o reforço de estudantes.
Sobre a hipótese de que a APLB teria “balançado” com a proposta do
governo de fazer reajustes de 22% a 26% em novembro deste ano e abril de
2013, Oliveira desconsiderou. “Isso é coisa de quem quer destruir a
unidade sindical. O próprio curso da nossa luta mostra a nossa união”,
salientou, em entrevista ao Bahia Notícias. Apesar disso, ele avaliou a
proposta do governo como um “avanço”, embora “insuficiente”. “Para quem
dizia que não ia negociar enquanto a greve não terminasse, é um avanço
de posicionamento, mas não na negociação. Essa proposta não atende às
nossas reivindicações, mas continuamos com diálogo aberto”, avisou.
Os educadores continuarão acampados na Assembleia Legislativa até,
pelo menos, a próxima terça (12), quando haverá, às 10h, um novo pleito
sobre a continuidade da paralisação. Antes disso, na segunda (11), às
18h30, o comando de greve se reúne para avaliar o movimento. Até lá,
está prevista uma série de atividades, a começar por uma mobilização
durante toda esta terça em frente à SEC com o reforço de estudantes.
Grupo de estudantes pede fim da greve, mas cerca secretaria: ‘O professor é meu amigo; mexeu com ele, mexeu comigo’
por Patrícia Conceição / Evilásio JúniorFoto: Tiago Melo/Bahia Notícias
Um grupo de aproximadamente 80 estudantes – a maior parte fardada –
de diversas escolas da rede estadual de ensino cerca, na manhã desta
terça-feira (5), a entrada da Secretaria de Educação do Estado (SEC), no
Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. O apitaço,
organizado pela Associação de Grêmios Estudantis de Salvador, é
endossado pelos gritos de “o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu
comigo”, “pula, sai do chão: o dinheiro do Fundeb é da Educação” e “não
é mole, não. Tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a Educação”.
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